Foto: divulgação/Azul
“Não nos preocupamos se o mercado de trabalho vai nos aceitar ou não. A nossa preocupação está em como ainda aceitamos que o mercado de trabalho exclua pessoas baseando-se na vileza dos julgamentos sobre aparência. Julgamentos estes que alimentam, sobretudo, um princípio racista. Caráter não vem impresso do lado de fora do corpo.”
Manifesto Freak (2015)
A empresa de aviação Azul divulgou na sexta-feira, 08 de Julho, mudanças que, finalmente, pensam no bem estar e dignidade das pessoas que trabalham na corporação.
A companhia área passou a permitir que as pessoas que trabalhem como pilotas e comissárias de bordo possam ter tatuagens e piercings visíveis. O comunicado também marca que não haverá mais interferência sobre os cortes de cabelo e flexibiliza o uniforme.
É obviamente uma conquista, considerando os tantos retrocessos que vivemos nos últimos anos, mas é importante marcar que uma decisão tão arbitrária assim esteja ruindo apenas em 2022. Sendo desmontada graças as lutas de muitas pessoas com modificações corporais em diferentes frentes pelo acesso e permanência no mercado de trabalho, histórica arena de disputa.
Segundo Daniel Tkacz, vice-presidente de operações da Azul, as mudanças foram pedidas por funcionáries e estão “mais bem alinhadas à realidade brasileira” (sic). Além dos anúncios feitos, em nota, a empresa informou que “um comitê foi criado para, constantemente, analisar novas possibilidade de tornar as orientações de apresentação pessoal mais agradável e confortável para os times envolvidos”.
A decisão segue as políticas das grandes corporações focadas na construção de ambientes mais acessíveis e inclusivos, que abarca o setor da aviação. Em maio, a britânica Virgin Atlantic Airways também liberou que sua tripulação tivesse piercings e tatuagens à mostra.
Que seja um exemplo. Que seja um vento de mais mudanças para novos tempos.