Em Maio ficou disponível para download, impressão ou leitura online a cartilha Minha Tatu, Minhas Regras, criada por tatuadoras e ativistas de Belo Horizonte. O material buscar colaborar com enfrentamento do assédio e abuso sexual em estúdios de tatuagem.
Você pode CLICAR AQUI para acessar gratuitamente o material e a plataforma para download. Sem dúvida alguma a cartilha colabora muito com a segurança de mulheres que pretendem se tatuar, como também tem grande importância para que os tatuadores possam refletir sobre suas posturas, condutas e posicionamentos.
Importante mencionar que a criação da cartilha está relacionada com as constantes denúncias que têm acontecido de assédios, abusos sexuais e, inclusive, estupros em estúdios de tatuagem. Em particular o caso do tatuador Leandro Caldeira em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram mais de 40 denúncias de distintas mulheres contra ele. A Polícia Civil fez abertura de inquérito e apurou em torno de 19 denúncias contra o tatuador. A investigação levou Leandro para prisão desde 31 de Março de 2019. Acusado e respondendo por violação sexual mediante o fraude, o tatuador alega inocência.
O material foi pré-lançado na segunda-feira, 13 de maio, em uma roda de conversa para profissionais da área na Casa Juta. O evento contou com a participação das tatuadoras envolvidas com a criação da cartilha e da ativista – e 1ª candidata travesti ao Senado brasileiro (2018) – Duda Salabert.
Entre os pontos destacados pelas tatuadoras, estão:
1 – Você não precisa se despir: ficar sem o sutiã, por exemplo, só é necessário se a tatuagem for no mamilo;
2 – Atenção ao excesso de toque. Se o profissional encostar demais fora da área onde o desenho está sendo feito, em locais inapropriados, desconfie. Às vezes acontece sem querer ou o tatuador precisa tocar, mas ele sempre vai te avisar se esses forem os casos;
3 – Fotografias somente se autorizadas. Se um tatuador pede que você pose nua ou seminua para mostrar a tatuagem, não permita se este não for seu desejo;
4 – Assédio também pode ser verbal. Além do toque, o assédio também pode acontecer na conversa ou até no olhar. Fique atenta, se algum desses aspectos incomodar, não tenha medo de ir embora. É possível concluir o trabalho com outro profissional.
5 – Você não precisa tocar o tatuador. Se o profissional pedir que você repouse a mão em alguma parte do corpo dele, não obedeça, não é necessário em momento algum que a cliente se apoie no tatuador.
Abaixo você pode assistir um material educativo produzido pelo Jornal Hoje Em Dia. Lembre-se sempre, como a própria cartilha diz, “para um procedimento de tatuagem seguro, o assédio não pode ter lugar”.