“Assumimos e nos levantamos contra a normatividade e a domesticação da vida. Não somos corpos dóceis. Nós queremos dançar ao som da destruição da normatividade compulsória.”
MANIFESTO FREAK

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O QUE É A COMUNIDADE FREAK?

Na Comunidade Freak, para além da transformação e modificação do corpo em si, há uma característica profunda, que é o desejo da transformação de si (internamente) e do mundo (a revolução). Nesse sentido, costumamos dizer que a comunidade freak seria a parte politizada da comunidade da modificação corporal contemporânea. Uma politização consciente e um entendimento cristalino de que todo corpo é político. Uma politização progressista e que tem no desejo da liberdade o entendimento que estamos diante de uma luta constante.

Uma politização antifascista, antirracista, anticapitalista, anticapacitista, antimanicomial, antiLGBTfobia, antisexismo, antipunitivista, etc. Uma politização alinhada e coerente com a própria história da modificação corporal e dos corpos subalternizados, que nunca foi apenas sobre celebrar a diferença, mas sobre lutar brava e constantemente contra os sistemas que desumanizaram grupos de pessoas.

É vulcão em erupção.

POR QUE A COMUNIDADE FREAK É IMPORTANTE?

A Comunidade Freak é importante enquanto agrupamento nomadista de proteção, cuidado e preservação das pessoas marginalizadas, mesmo dentro, da comunidade modificação corporal.

Somos pessoas pobres, da classe trabalhadora, indígenas, pretas, bichas, lésbicas, gordas, travestis, não-bináries, latinas. Somos pessoas com deficiências, transvestigeneres, neuroatípicas, não heterossexuais, não cisgêneros, não brancas. Somos pessoas que vivem nas periferias, favelas e ocupações. Somos multiplicidades de marcadores sociais da diferença atravessadas pelas modificações corporais.

Desde 2013 temos percebido que a comunidade da modificação corporal, que nunca nos ofereceu segurança, se tornou um lugar mais perigoso e hostil. As forças reacionárias, conservadoras e fascistas tomaram tudo, inclusive a modificação do corpo. Com o golpe de 2016 e, as eleições de 2018, percebemos e sentimos mais ainda a força do fascismo dentro da comunidade da modificação corporal. Foi nesse momento, que fizemos e propomos a nossa ruptura.

SINAIS DO FASCISMO

Nacionalismo excludente e exagerado |Desdém pelos direitos humanos | Supremacia militar | Racismo, sexismo machista e LGBTfobias desenfreadas |Mídia de massa parcial | Mistura de governo e religião | Fundamentalismo religioso | Ataques aos direitos trabalhistas | Proteção das grandes corporações e do capitalismo | Desprezo pelas artes e intelectuais | Obsessão sobre crimes e punições | Corrupção na política | Eleições fraudulentas | Repulsa pelo novo.

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