Paralelamente à exposição Na minha pele, Piercing oferece um ponto de vista antropológico sobre o piercing. Misturando representações artísticas, objetos pré-históricos, fotografias e jóias, a exposição apresenta práticas perfurantes que datam há 45.000 anos. Diferentes tradições serão discutidas: Kayapos do Brasil para os Dayaks de Bornéu, “Primitivos modernos” nos Estados Unidos com usos contemporâneos.
No ato de perfurar a pele e colocar um objeto visível, existe uma prática que remonta à pré-história e traços encontrados em todos os continentes, uma prática que continua até hoje. Essas mudanças no corpo assumem diferentes significados: pertencer a um grupo, ritos de passagem, sinais de prestígio ou marcas de infâmia, sinais de submissão, beleza e força.
Se na Europa apenas o brinco parece ter passado dos séculos para se tornar uma tradição bem estabelecida, hoje os ocidentais adotaram novos modos e usam todo o corpo como meio de expressão.
Parte da Califórnia libertária da década de 1970, fez o renascimento dessa prática ancestral é inspirada por precursores que procuravam libertar o corpo. Definindo a si mesmos como “Primitivos Modernos”, eles reinventam e reinterpretam as práticas em um novo contexto onde o piercing é realizado agora em condições estéreis e controladas. Foi assim que o primeiro estúdio de piercing nasceu em 1975.
Inicialmente reservada para subculturas nascentes (gay, punk, S&M), essa prática se espalhou gradualmente por toda a sociedade e se impôs em escala global, graças a um fenômeno de imitação, apoiado pelo crescimento de Internet, e se colocou sob um nome globalizado: o body piercing.
A exposição começou em 13 de Março de 2019 e vai até 09 de Março de 2020 no Musée de l’Homme em Paris, França. O gerente do projeto é Alexis Amen e o comissário científico, Franz Manni.