Começo, família, sonhos, projetos, influências, amigos, projetos, inspiração e muita transpiração.
Quando se olha um artista no auge de sua carreira, com milhões de bons trabalhos espalhados por toda parte, se tem a sensação de que “pra ele tudo foi mais fácil”. Esquece-se de toda trajetória, de todos os processos, de que tudo tem dois lados, se é que assim podemos dizer. Esquece-se também que não importa o quanto você saiba, sempre há algo novo pra se aprender.
A verdade é que todo artista trilha pela vida acompanhado inseparavelmente de sua bagagem, que é composta por seu talento e suas vivências. Essas por sua vez, únicas em suas essências.
Excelência profissional nem sempre é sinônimo de “facilidades” na tal trajetória que fizemos menção acima. Engana-se quem pensa que tudo é flores na vida de um artista. Mas o que realmente importa, é que com persistência, talento, dedicação e principalmente amor naquilo que se faz, eles alcançam seus ideais e nos mostram que o céu é o limite.
Entrevistamos o grande artista brasileiro Magoo, que nos conta um pouco de toda a sua trajetória no mundo da arte underground. Completando agora seus 15 anos de “batalha”, inspirando, transpirando e servindo de inspiração para tantos outros artistas pelo Brasil afora. Confiram!
T. Angel: São 15 anos de profissão? Conte-nos como tudo começou?
Magoo: São 15 anos que comecei a correr atrás das paradas, entre ser ajudante em oficinas de pintura de motos, comprar meu primeiro aerógrafo e começar a me interessar em viver de arte. Esse ano completa 13 anos que comecei a trabalhar realmente com arte, profissionalmente falando. Tive a sorte de começar numa empresa que futuramente seria uma grande marca de skate. Peguei desde o início, a marca ainda sem identidade, então, criei desde o logo até as primeiras estampas que direcionaram o estilo, de uma certa forma, pois principalmente nessa época, as estampas eram praticamente 100% do visual de uma marca. Não se investia em “design” de moda (roupas elaboradas por estilistas e tal), então, as marcas investiam nas estampas, que era o seu cartão de visita.
Sempre digo com muito orgulho que minha “iniciação” no mundo da arte veio do skate, mesmo porque, eu comecei a minha vida “rebelde” andando de skate e escutando punk rock. Meus desenhos sempre foram inspirados em decks de skate desenhados pelo brasileiro Billy Argel e pelo americano Jim Phillips, que foram os responsáveis pelos principais desenhos de skate dos anos 70 e 80. Também me inspirei muito nas capas de discos de bandas punks.
T. Angel: Você teve grandes motivadores durante seu percurso como artista?
Magoo: Cara, teve muitas pessoas que me motivaram a fazer arte, fazer algo em que eu acreditava e, que mostrasse ás pessoas não só o meu talento, mas minhas crenças em relação ao meu lifestyle.
Foi, e ainda é muito difícil viver de arte no Brasil. Ainda mais difícil pra mim que optou em se manter fiel ao mundo underground, realizando trabalhos dentro de uma cultura que não abrange um público muito grande.
As pessoas que sempre me rodearam me incentivaram, viram que minha personalidade e minha arte falavam por si só, que minha luta pra manter minha posição nesse submundo underground ia além do retorno financeiro. Era uma luta por um estilo de vida. Hoje olho pra trás e vejo que não lutei a toa e não decepcionei as pessoas que acreditaram em mim. Essas pessoas são amigos, parentes, clientes, é tudo uma grande soma de positividade em meio de muito suor e persistência.
T. Angel: Qual o papel da sua família em sua trajetória?
Magoo: No início foi difícil. Era e ainda é um pouco difícil pra família acreditar que é possível viver de arte, ainda mais em um país de 3º mundo que não dá muito incentivo para cultura e arte, principalmente arte de subcultura como a minha. Arte suburbana, vinda de um berço underground, que reflete a personalidade e o pensamento de quem vive as coisas da rua e da noite.
Demorou para eu ganhar uma grana, que pudesse mostrar principalmente aos meus pais que era possível “sobreviver” de arte. Até não muito tempo atrás, muitos acreditavam que não passava de um hobbíe meu, mas eu insisti, nunca tive outro emprego na vida.
Eu praticamente me criei e cresci com meus desenhos, trampando em agências, desenhando pra marcas de roupa e pintando coisas diversas com o aerógrafo.
Hoje minha arte está em galerias de artes, nas pistas de corridas, está na televisão e, na casa de muita gente. Creio que hoje eu tenha conseguido (depois de muito custo) provar pra quem um dia apenas pensou que não passaria de um hobbie. Mostrar que meu trabalho atravessou sim muitas dificuldades, mas, que hoje é considerado mais que um simples reflexo de uma mão boa pra desenho e sim uma obra de arte.
Conseguir o reconhecimento, principalmente dos meus pais, é algo que me satisfaz mais do que qualquer remuneração financeira.
T. Angel: Qual a sua formação?
Magoo: Eu costumo dizer que minha formação é a rua. risos
Minhas experiências vieram basicamente de culturas undergrounds, como o graffiti, tattoo, punk e drag racing. Essas experiências me fizeram misturar um pouco de tudo e criar uma linguagem que eu acredite que tenha a minha cara, o meu estilo.
Eu cursei 4 anos na Escola Panamericana de Artes, mas era um curso limitado, feito pra te transformar em mais um profissional da publicidade. Lá dentro percebi que tinha sede de mais, queria fazer algo que tivesse atitude, e não ser apenas um bom ilustrador que bate cartão na agência todos os dias. O incrível é que quem me deu uma puta força pra fazer isso foi um dos meus professores da Panamericana, o Rogério Vilella. O cara viu que aquilo ali era pouco pra mim, que eu queria não só viver de arte, mas levar cultura até as pessoas.
Acredito que eu consiga fazer um pouco isso, se ainda não consegui, vou morrer tentando! risos.
T. Angel: Você sempre trabalhou com aerografia?
Magoo: A aerografia foi algo instantaneamente apaixonante na minha vida. Quando eu era pequeno, meu irmão comprou uma moto com uma aerografia de um desenho do Iron Maiden no tanque, eu pirei total!
Comecei a ir atrás de quem pintava, conheci o Nelsinho da extinta Big Artez. Lá eu trampei de aprendiz numa época e fui cada vez mais me fascinando pelo airbrush arte. Desde então foquei em aprender, comprei meu primeiro aerógrafo há uns 13 anos e, desde então me dedico a isso.
Hoje em dia quem conhece o meu trabalho sabe que eu uso aerografia como técnica e é legal isso, porque muitas pessoas nunca ouviram falar disso ou nunca souberam como se chegava ao resultado das telas que eu pinto, ou capacetes de pilotos e carros de corrida. É o tal lance de que falei, levo um pouco de cultura as pessoas, além da pintura em si.
T. Angel: Já pensou em utilizar o corpo humano como suporte para sua arte?
Magoo: Eu sempre quis fazer tattoo, sou apaixonado por essa arte e sempre vivi em estúdios de tatuagem. Muitos amigos meus são tatuadores, mas acho que eu sou enrolado de mais, quero fazer de tudo e acabo sempre deixando algumas coisas pra depois. Mas não desisto, ainda acho que vou pelo menos passar pela experiência de riscar umas peles. Muitos amigos meus me dizem pra tentar, pois meus desenhos sofrem muita influência de tattoo. Sem dizer que já fiz muitos desenhos pra galera jogar na pele e também já usei o corpo como tela para minhas aerografias. Fiz uns body paintings pra brincar, nada muito elaborado, apenas diversão, no entanto, gostei do resultado. Qualquer dia levo mais a sério e faço algum trabalho envolvendo isso, acredito que aerografia e tattoo tem muitas coisas parecidas, eu costumo brincar que sou tatuador de carros, o que não deixa de ser verdade né? Risos
T. Angel: Falando em tattoo, quando começou a se tatuar?
Magoo: Eu sempre fui apaixonado por tattoo, mas sempre fui reprimido pela família, formação cristã, ai já viu né?
Sempre tive essa coisa de saber esperar a hora certa. Fiz a minha primeira com 18 anos, esperei a maioridade pra fazer, quis respeitar a opinião dos meus pais e foi bom, porque se eu tivesse feito antes disso, acho que eu teria um monte de tranqueira tatuada. risos
O lance engraçado de eu ter feito a minha primeira tattoo com 18 anos, é que a minha décima também fiz com 18!
Hoje em dia sou muito feliz com as minhas tattoos. Tenho orgulho em dizer que tenho tatuagens dos melhores do Brasil: Marcio Duarte, Mauricio Teodoro, Tetê. Cigano. Osmar, Hercoly, Rafael Lobo, Mauro Landim e Sergio Pisani.
T. Angel: Quais são as suas influências como artista?
Magoo: Apesar dessa forte influência do skate (arte citada acima), nunca me limitei a uma técnica ou estilo, até hoje busco influência em muitas coisas, estilos e artistas. Sou um cara apaixonado por música, arte e cultura, dentro disso tem muita gente que me influenciou. Citar nomes aqui iria durar séculos, mas posso citar alguns que foram primordiais na minha vida, o tatuador Marcio Duarte que sempre me apoiou muito e se desenvolveu basicamente junto comigo, desenhando, fazendo balada, sempre trocando muita informação e vivência. Hoje em dia ele é um monstro da tatuagem e tenho um puta orgulho de ter participado dessa evolução dele, que paralelamente me ajudou muito a crescer, devo muito do que sou hoje como desenhista a ele. Tem o Cesar Barreto, um amigo de longa data que praticamente cresci desenhando com ele, o cara é um monstro da lowbrow art, que me mostrou muito do lance de viver ao máximo o conceito de “do it yourself”. O cara me mostrou que mais importante que grana, é ser feliz com a sua arte, não importa como. O Billy Argel me mostrou esse lado rebelde, punk, estética de caveiras, fogo, muito antes de eu conhecer o mundo das pinturas kustom. Nos anos 80 e 90 eu copiei muito desenho dele, hoje em dia isso tá voltando no meu trampo. Quem conhece o trampo dele, identifica facilmente a influência, o legal disso é que nunca havia conhecido o cara pessoalmente e, o conheci agora, no final de 2008, legal isso né? Pra mim foi a glória!
Hoje em dia aprendo muito com a experiência dele e acredito que passo alguma minha pra ele ou essa diferença de experiência…
Tem também a forte influência que o graffiti me trouxe. Conheci os Gêmeos, o Binho Ribeiro, o Speto em campeonatos de skate e, pra mim ver os caras pintando desenhos enormes em parede com uma qualidade de ilustração mudou minha cabeça e, de uns anos pra cara sofro uma forte influencia de artistas da kustom kulture americana (Robert Williams, Ed Big Daddy Roth, Von Dutch, Coop, Craig Fraser, Javier Soto) e muitos outros. Essa cultura é muito importante para o que faço hoje, pois meu trabalho é bem focado em pintura automotiva, técnica que devo muito pelo aprendizado com meus grandes amigos Master, Geraldo Targino, Zero, e muitos outros amigos artistas do mercado de pintura kustom. Minha arte é uma mistura de muita coisa, faço um mixing de tattoo, graffiti, punk rock, skate art, kustom kulture e a vida. Sou um cara da noite, sofro influência de tudo e todos, shows, baladas, mesa de bar, amigos, mulheres, brigas, confusões, conflitos internos. Minha mente funciona como um liquidificador, que pega tudo isso e cospe essa tensão pessoal, estética e mental em formas gráficas. Segundo meu grande amigo e mentor nas artes Speto, fui o primeiro artista que ele conhecia a fazer o chamado “New School no Brasil, por fazer essa fusão entre estilos, não se limitando a um segmento ou regra previamente denominada. Não sei se concordo com esse comentário dele, acho uma responsabilidade muito grande, mas fico feliz por tal reconhecimento. Ser reconhecido por outro artista é algo que me deixa muito feliz.
T. Angel: Inspiração ou transpiração. Qual dos dois pesa mais na sua carreira?
Magoo: Acho que um pouco de cada, tento fazer o equilíbrio entre as duas.
Inspiração vem de tudo que eu vivo, sou uma pessoa que esta sempre pensando, observando, colhendo informações e também as passando. Uma simples conversa de bar às vezes se torna uma pintura na minha cabeça e isso se reflete em transpiração, em ação, eu nunca estou parado, mal consigo pintar sempre no mesmo lugar, nem consigo pintar sentado, tenho que estar de pé, pra me movimentar. Não sou daqueles que fica horas sentado numa prancheta sombreando um desenho por horas, me mexo, ando, olho o trampo de longe, sou um bipolar das artes. Risos Eu toco bateria, que é um ato de transpiração constante. Costumo dizer que tocar bateria é minha fuga da paciência de pintar e pintar é a maneira que me acalma. São duas coisas importantíssimas para o meu bem estar. Minha carreira foi construída basicamente na música, 50% dos meus clientes eu conheci na noite, em shows, em festas, em baladas. Dá um trabalhão fazer tudo isso e ainda ter tempo pra pintar, mas esse é o tal equilíbrio entre transpirar atrás de contatos e oportunidade e focar sua inspiração nas pinturas.
T. Angel: Você utiliza a internet como meio para promover o seu trabalho?
Magoo: A internet é uma peça fundamental nos dias de hoje, tanto pra divulgação, como pra pesquisa. Eu estou sempre me atualizando em questão de técnicas de aerografia, por exemplo, e hoje em dia a internet é um upgrade sem tamanho pra um artista, como eu pelo menos, que estou sempre atrás de novas informações, novas técnicas e conhecer artistas novos.
Nossa! Deus abençoe o Google! (risos)
Também uso muito pra divulgar o meu trabalho, tenho myspace, fotolog, Orkut e tudo isso ajuda muito pra divulgar, creio que hoje em dia até mais do que um website pessoal.
Estou trabalhando no meu site, que se Deus quiser (e meu web designer cooperar), fica pronto esse ano ainda. Mas tenho apostado mais nessas paradas populares que tem um fluxo maior de “curiosos”.
T. Angel: Você ainda encontra alguma resistência para o seu trabalho?
Magoo: Eu atuo num mercado mais focado em arte underground. Graças a Deus conquistei muita coisa boa nesse meio, mas ainda há sim resistência.
Falta muita coisa pra arte brasileira ter seu valor, pelo menos aqui dentro. Falta cultura nas pessoas, falta atitude e falta apoio. As pessoas ainda estão presas a televisão enquanto poderiam estar lendo um livro e usando a imaginação. Poderiam usar a internet pra conhecer novas culturas, se descobrirem e conhecer um pouco mais de arte. Mas acredito que eu ainda tenha, mesmo que aos trancos e barrancos, uma boa aceitação dentro de onde atuo e quero atingir. Antigamente meu trabalho estampava apenas camisetas e decks de skate, hoje em dia eles estão pendurados em galerias de arte e correndo a 500 km/h em pistas de drag racing.
T. Angel: Hoje você é um artista bastante conhecido e respeitado e carrega em seu curriculum trabalhos para grandes corporações, tais como a MTV, Nike e a Coca-Cola. Você se considera profissionalmente realizado?
Magoo: Olha, realizado totalmente ainda não, pois acredito que o artista que acredita que chegou ao topo ou que já se satisfez esta limitando sua arte. Eu tenho sede de conquistas, sede de evolução, e arte é uma evolução constante. O mundo evolui a cada dia, as possibilidades são infinitas, fico feliz hoje em dia de fazer trabalhos de grande porte pra empresas como essas, não é todo dia que aparece uma marca de refrigerante mundialmente conhecida ou uma emissora de TV te pedindo pra pintar caveiras, flames e coisas assim em seu produto. Risos
Mas acredito que eu possa chegar ainda mais longe, o céu é o limite, e eu tenho muita força de vontade e mais do que isso, acredito que eu posso ir além, e tenho comigo pessoas que me apóiam e acreditam no meu potencial.
T. Angel: Dentre os seus inúmeros trabalhos, teria um que você possa chamar de “favorito”?
Magoo: Tem muitas coisas que eu curti fazer a minha vida inteira, tenho alguns favoritos, me realizei quando desenhei modelos de shape pra skatistas que um dia foram meus ídolos, fazer desenho pra bandas que um dia escutei no meu walkman no ônibus, pintar junto com artistas que um dia foram apenas ídolos e hoje em dia são meus amigos. Mas, se eu tivesse que escolher um só trabalho, acho que seria os carros de corrida do meu irmão, ver um trabalho seu numa pista de corrida queimando o asfalto a 500km/h é uma sensação única!
Basicamente eu me orgulho mais de trabalhos que me trouxeram a tona o lado pessoal.
T. Angel: O que você poderia nos adiantar em relação aos seus projetos futuros?
Magoo: Estou trabalhando nas peças que estarão na minha próxima exposição, que comemora meus 13 anos de skate arte, ainda sem data e local definido, mas creio que seja na metade do ano. Tenho alguns projetos paralelos em mente, mas nada ainda que eu possa adiantar, fora isso é trabalho, pinturas em carros, ilustrações pra camisetas, e coisas um pouco mais comerciais, mas creio que eu ainda faça algumas coisas mais elaboradas artisticamente esse ano, estou bem empolgado com algumas idéias.
T. Angel: Onde podemos ver o seu trabalho atualmente?
Magoo: Tem o meu myspace (www.myspace.com/magoo_mcfly), tem o fotolog, que é o que mais tem atualizações, quase que diárias (www.fotolog.com/magoo_mcfly) e tem meu site, que é mais antigo que Jesus Cristo (risos), mas que logo espero estar substituindo pela nova versão turbo. risos
Imagens novas não faltam, mas é um projeto mais elaborado que precisa de tempo, coisa que nem eu, nem o cara que faz a parte de programação dispomos no momento. risos
T. Angel: Deixe uma mensagem para nossos leitores e principalmente para aqueles que acreditam e vivem da arte.
Magoo: Faça com a mente, com o coração, não vise lucros, estude, pense a longo prazo. Ser artista exige muita dedicação e estudos, não só na arte, mas em qualquer coisa que você vá fazer na vida, quando se batalha e dá duro se é recompensado lá na frente.
Tem gente que fica rico logo de cara, e tem gente que morre tentando, eu sou um desses caras que prefere sonhar com um mundo mais colorido e mais cheio de arte. Dinheiro vem por conta da sua dedicação ao trabalho, felicidade e paz de espírito com sua própria arte é uma questão de perseverança, acreditar em si mesmo, mentalizar e focar seus objetivos.
Não existe uma formula pra felicidade, mas existe felicidade aonde há cor e vida.
“Live to paint, paint to live” (Craig Fraser)
[nggallery id=44]
Agradecemos o artista Magoo por toda atenção e prontidão em nos atender e aproveitamos também para parabeniza-lo pelos seus 13 anos de carreira. Desejamos que você tenha muitos outros anos de trabalho pela frente. Muito obrigado e parabéns!
CONTATOS:
www.myspace.com/magoo_mcfly
www.fotolog.com/magoo_mcfly
1 thoughts on “Entrevistão: O Magoo das artes A arte de fazer arte no Brasil”