Fotos: T. Angel
Aconteceu nos dias 06, 07 e 08 de Novembro a 3ª Convenção Internacional de Tatuagem de Joinville, Santa Catarina. Estivemos presente nos três anos do evento e é visível o crescimento que veio se dando de uma edição para outra. A sensação dessa vez é que passamos por um grande festival multicultural que se tornou um gigante na indústria da tatuagem, ainda assim, conseguindo manter a humildade, respeito e organização que já havíamos mencionado em outras coberturas. O fim de semana, marcado pela chuva, não espantou o público e os corredores muitas vezes eram intransitáveis.
(Visão de um dos corredores do evento)
Havia atividades diversas acontecendo o tempo todo, deixando o evento bastante dinâmico e também atendendo os mais distintos gostos, da paixão pela tatuagem, aos carros e chegando ao skate. O sábado foi marcado pela apresentação de suspensão corporal do recordista Victor Peralta. Contrariando o senso comum que insiste em dizer que a suspensão corporal é agressiva demais para ser feita em público, em sua empolgante apresentação, Victor era assistido por inúmeras crianças, que sorriam e pareciam se divertir tanto quanto ele no ar. Precisamos aprender com as crianças.
(Victor Peralta em sua apresentação no sábado)
Ainda no sábado aconteceu o lançamento do livro ‘A modificação corporal no Brasil -1980-1990‘ escrito pelo historiador Thiago Soares. Momento de pensar as técnicas de modificação do corpo além da tatuagem.
(Thiago Soares recebendo o tatuador e FG, Juan Igor e Thainá. Foto: Alexandre Anami)
Falando em pensar o corpo e os seus usos, houve um momento muito significante da convenção. O mestre de cerimônias aproveitou o fim da noite de sábado (e repetiu no domingo) para falar sobre a importância da liberdade dos usos do corpo, do respeito à individualidade das pessoas e sobre a beleza da diversidade. Sua fala bastante potente e clara – e mais do que isso, necessária em nossos duros tempos – ecoava firme no enorme salão do Expoville. Foi a primeira vez que vimos algo do tipo acontecer em uma convenção de tatuagem, principalmente de uma com o porte da que está acontecendo em Joinville. Ficamos emocionados e sentimos que isso – apesar de parecer pouco para alguns – é uma grande demonstração de mudanças para o porvir. Esse trabalho que é acima de tudo educativo deveria entrar dentro das responsabilidades sociais de toda convenção.
(O simpático casal, Cruella e Johnny )
(Corvo mostrando que é possível ter um espaço incrível para piercing em convenção)
O domingo foi marcado pelo ritual de entrega de prêmios das já tradicionais competições. diga-se de passagem com um alto nível das tatuagens apresentadas. Ainda, o evento foi fechado com uma performance do coletivo 3º Cielo. Com uma mescla de body art, textura sonora e dança, o coletivo de São Paulo buscou criar uma atmosfera em que a experiência fosse partilhada entre artistas e público. Essa é a vida, uma poética partilha sensíveis de experiências!
(Os jurados dessa edição do evento)
(Final da performance do 3º Cielo)
Três dias que com toda certeza já entraram para a história da tatuagem nacional, que mudou muitas vidas (como as nossas) e que deixa os bons ares do que vem para 2016. Não sabemos mais o que esperar da Convenção de Joinville, mas de antemão já carregamos a sensação de que vem coisa ainda muito melhor pela frente. Que assim seja, estaremos lá para viver e ver isso de perto. Boa sorte para o Maga Tattoo e toda equipe que trabalha arduamente para realização desse evento.
(Três dias de muita tatuagem)
Abaixo você confere algumas fotografias que fizemos.
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