Fotos: Alex Gopa
A tatuagem pode ser – dentre tantas possibilidades – uma forma de marcar na pele experiências intensas e que nos são especiais. É comum ouvirmos casos em que, por exemplo, uma pessoa fez homenagens aos filhos e filhas tatuando seus nomes, aos familiares tatuando algum símbolo ou para um grande amor, tatuando uma poesia ou canção. As formas de expressar afeto e amor através da tatuagem têm uma infinidade de possibilidades, não é a toa que os populares programas de reality show sobre a prática têm explorado esse campo, que de fato é muito rico. É como se a tatuagem, isto é, o ato de gravar na própria carne aquele momento no tempo, pudesse esticar a experiência, expandi-la ao máximo, quiçá eternizá-la de modo sagrado e íntimo.
Também é comum ouvirmos relatos de pessoas que tatuam seus companheiros não humanos no corpo. Cães, gatos, coelhos, papagaios, porcos e a lista segue sem fim. E é justamente sobre um caso de amor desses que queremos falar, mais especificamente sobre a bonita e delicada história de Brigite e Alex Gopa.
(Alex e Brigite aproveitando um dia de piscina)
Brigite era uma buldogue, que segundo Alex Gopa, foi fruto da ação de algum canil sem ética alguma, o que acabou fazendo com que a cã desenvolve-se uma doença genética.
A doença fez que ambos lutassem durante quatro anos afim de encontrar alguma cura. Alex conta que ela era a coisa mais delicada e humilde, “aguentou todos os tratamentos possíveis, pois fiz tudo que você possa imaginar” acrescentou. Em um álbum de fotografias no Facebook, é possível acompanhar um pouco do amor e as aventuras dos dois.
Durante esse processo da doença de Brigitte, o Alex também adoeceu e recusava a se entregar, ele encontrava em sua companheira a força que precisava para continuar. Alex Gopa que é soropositivo, nos disse que não teve tempo pra cair durante todo o processo, a prioridade era ela. Assim, de doze em doze horas ele fazia a medicação de Brigitte, “meu maior medo era ter que sacrificá-la“, ele nos disse.
O tempo passou, o estado de saúde de Brigite piorou e no dia 05 de Agosto de 2015, ela partia desse mundo em uma passagem serena e sem dor, acolhida nos braços amorosos de seu companheiro Alex.
. (Brigite – 2009-2015)
Hoje Alex está indetectável, saudável, se formou como designer de interiores e faz pós graduação em Arquitetura. Lamenta a enorme saudade de Brigite, mas diz que a gratidão é maior, a dor da ausência que não passava, foi amenizada pela tatuagem que fez em seu pescoço. A marca na pele, que extrapola a própria vida.
(Brigite acompanha Alex agora, na forma de uma tatuagem)
Perder uma companheira ou um companheiro de vida, seja humano ou não, é sempre um fardo pesado para o coração. Deixamos aqui um fraterno abraço para todas as pessoas que passaram por situações parecidas, em especial ao Alex Gopa, que compartilhou essa delicada história com todos nós. Que o amor seja sempre a resposta.
Dos guerreiros!!!
Vou sempre me emocionar com esse texto! <3