Em 2016 escrevemos aqui no FRRRKguys sobre países em que a cultura da tatuagem era considerada ilegal. Dentre os países citados estava o Japão, que por ironia, tem uma história longa com a cultura da marcação do corpo.
No entanto, no dia 17 de Setembro a Suprema Corte do Japão decidiu não aceitar uma apelação do Estado que pedia que profissionais da tatuagem tivessem uma licença médica. O que efetivamente significa que a tatuagem se tornava legal no país depois de anos de criminalização.
As tatuagens foram ilegais no Japão até 1948. O período posterior foi de uma zona cinza, até o momento em que políticos decidiram que era necessário ter uma licença médica – algo como o ato médico no Brasil – para poder tatuar com segurança e começamos a ver profissionais da tatuagem indo para prisão.
Assistimos um processo intenso de retrocesso, perseguição e controle da tatuagem no país ou no mínimo uma abertura para que tudo isso ocorresse. Grandes convenções de tatuagem foram canceladas e profissionais japoneses fugiram do país para conseguir trabalhar – sem o perigo de ir pra cadeia – na Europa.
Não ser considerada ilegal não significa uma real aceitação da cultura da tatuagem do Japão. São diferentes processos em uma história tão complexa como a que se construiu no país.
Piscinas de hotel, academias e Onsen (banhos termais) ainda não estão liberados para pessoas tatuadas, por exemplo. O que muda é que profissionais da área poderão trabalhar sem medo e que essa brecha – que estava aberta – de criminalização de uma prática e de um grupo de pessoas começa a ser fechada.